Ainda existem muitos MITOS à volta do que é realmente o MINIMALISMO:
“Patrícia, acho que não estou preparada para ser minimalista”.
Esta é, sem dúvida, uma das mensagens que mais chegam à minha caixa desde que comecei a partilhar o meu estilo de vida por aqui…
Acredito que isto acontece porque ainda existem muitos MITOS à volta do que é realmente o MINIMALISMO.
Por isso, apesar de já ter feito várias publicações sobre a minha visão do minimalismo, achei importante voltar ao assunto e apresentar-te alguns dos MITOS mais recorrentes que existem sobre o minimalismo.
Atenção: esta lista não é exaustiva! Infelizmente, existem muitos mais.
Mas aqui ficam alguns dos principais!
Descobre 7 mitos sobre o minimalismo:
1 – Ser minimalista é viver numa casa toda branca e sem qualquer tipo de decoração – MENTIRA:
É verdade que esta é a ideia que sobressai quando se fala em design e decoração minimalista – mas isto só é verdade nas revistas!
Uma casa minimalista não tem de ter apenas cores neutras e naturais.
Eu gosto de misturar estas cores mais naturais com amarelo e verde, porque são cores que me transmitem paz e serenidade, mas podes deixar fluir a tua imaginação!
Uma casa minimalista não tem de ser aborrecida e triste.
Quanto aos artigos de decoração, o ideal é ter apenas peças que tenham real valor para ti, que te acresentem algo, que te transmitam muita felicidade!
E obviamente que isso inclui quadros ou retratos de familia e amigos!
O ideal é não ter muita coisa – isto para poder tornar o ambiente visualmente mais leve e as rotinas de limpeza e de arrumações mais rápidas e simples.
Mas, mais uma vez, NÃO EXISTEM REGRAS NO MINIMALISMO.
O importante é encontrares o teu ideal e o que funciona para ti, para a tua casa e para a tua família!
2 – Os minimalistas só têm x objetos de cada categoria – MENTIRA:
Esta é das ideias que, a meu ver, mais existe.
Mais uma vez, não acredito nisto.
No minimalismo não existem regras.
Muito menos existe um número certo de coisas que devemos possuir.
Porque cada pessoa é diferente, cada casa é um caso e cada família é única.
Deves sim encontrar um número que esteja em adequeção com as tuas rotinas e com a dinâmica da tua família e da tua casa.
Costumas receber muitas visitas? Talvez faça sentido teres mais jogos de roupa de cama do que eu.
Trabalhas o dia todo num escritorio? Talvez tenhas de ter mais roupa formal do que eu.
São 6 pessoas a comer em casa todos os dias? De certeza que vais precisar de mais louça do que eu.
E está tudo certo. Desde que consigas encontrar um número com que te sintas confortável e que fiques por aí!
Pois é, minimalismo tem muito a ver com questionamento e auto-conhecimento.
Avaliares o que é essencial para ti, para a tua casa e para a tua família é o ponto chave.
3 – Os minimalistas só vestem preto e branco – MENTIRA:
Mentira, mentira, mentira!
Sou minimalista e não sou adepta daquela ideia de armário-capsúla no sentido em que é maioritariamente divulgada.
Para mim, é importante sim ter o maior número de peças de roupa que se conjuguem entre si e com as quais possa criar vários looks diferentes.
Mas adoro peças de roupa coloridas e não me proíbo de usar cores no meu dia a dia.
A única coisa que faço é que quando preciso de comprar alguma peça de roupa (e repito, quando PRECISO) tento certificar-me de que poderei combiná-la com várias peças que já tenho em casa e evitar assim ter de comprar um look inteiro para poder usar aquela blusa que adorei!
4 – Os minimalistas não compram nada – MENTIRA:
Se eu não comprasse nada estava rica!
Todos precisamos de comprar coisas. Seja por necessidade, seja por prazer.
A diferença é que, a partir do momento em que me tornei minimalista, eu comecei a ter a perfeita noção de tudo o que tenho. O que me ajuda a não comprar em duplicado e a não fazer compras irrefletidas e desnecessárias.
Além disso, na maioria das vezes, um minimalista só compra para substituir e não para acrescentar.
Quantas vezes eu comprei uma peça de roupa apenas para substituir uma que adorava mas que já estava mesmo demasiado usada?
Mais uma vez, isto é um processo. É um estilo de vida. São escolhas diárias e muito AUTO-CONHECIMENTO. Sobre o que de facto faz sentido para mim e me acrescenta.
Chegar a um ponto em que sabes exatamente o que possuis e do que necessitas realmente é transformador. Permite-me comprar o que realmente faz sentido para mim e evitar muitas compras por impulso, baseadas nas emoções.
E não estou com isto a dizer que não compro nada por prazer. Claro que compro. Mas raramente, muito raramente, compro por impulso.
Geralmente as minhas compras são muito ponderadas e refletidas. Penso 10x antes de comprar.
?? Se é uma necessidade temporária.
?? Se vou usar aquele objeto durante anos e anos.
?? Se realmente vai acresentar alguma coisa à minha vida…
E mais, quando me aconteceu comprar por impulso – lembro-me de um casaco que comprei porque queria substituir outro, mas mesmo assim estava indecisa – guardei o artigo vários dias com a etiqueta e ponderei se realmente iria usá-lo ou não. Posso dizer que acabei sempre por ir devolver.
5 – Tornar-se minimalista é difícil e é uma jornada muito longa – MENTIRA:
Esta não é totalmente falsa nem totalmente verdadeira. Eu diria que DEPENDE.
Depende da tua real motivação. Do que realmente te levou a ter curiosidade por esta forma de simplificar a vida e da tua real motivação para levar a cabo esta transformação.
Para mim foi relativamente fácil, quase que como uma evidência. Porque estava realmente determinada e porque comecei a sentir os efeitos da minha decisão de forma imediata.
Tinha chegado a um ponto de saturação máxima. E acreditem quando vos digo que eu era uma consumidora compulsiva.
Apesar de ter tirado uma licenciaura em marketing e publicidade e de saber todos os truques para levar um consumidor a consumir por impulso e sem necessidade eu caía (ou deixava-me cair) em todas as armadilhas.
Eu vivia atulhada de coisas. E a mudança foi radical.
Por isso, DEPENDE. A tua jornada será mais ou menos dificil e mais ou menos longa, dependendo da tua real motivação.
Se realmente estiveres determinada a tornar a tua vida mais leve, acredita que, sentires os resultados de forma imediata, é um ponto de não retorno.
Começar pode ser muito difícil, mas acredita que VALE A PENA.
6 – Ser minimalista não é compatível com uma vida de família – MENTIRA:
Neste momento, eu vivo sozinha, é verdade, mas porque me separei. Até lá eu vivia com o meu ex-namorado e, na verdade, isso em nada me impedia de seguir com o meu estilo de vida.
E conheço famílias inteiras adeptadas do minimalismo e de um estilo de vida simples.
Não é impeditivo.
Tal como não é impeditivo o facto de só tu teres essa filosofia de vida.
Faz parte respeitar as escolhas e o espaço de cada pessoa.
Ao início pode ser um desafio viveres com alguém que não partilha o teu ponto de vista.
O segredo é manteres as tuas coisas organizadas e simplificadas como tu entendes e deixar que a outra pessoa viva a vida da forma que lhe faz sentido.
Podes e deves, ainda assim, ser totalmente transparente com as pessoas com quem partilhas a tua vida e comunicar. Falares abertamente sobre a tua filosofia de vida e sobre como pequenas adaptações em casa poderiam ser benéficas para todos.
Mostra o exemplo, persevera e acredita que todos vão sentir uma maior leveza em casa e querer partIlhar ou pelo menos perceber que forma é esta que tu tens de encarares a vida que facilita tanto as rotinas lá em casa.
7 – Minimalismo é apenas e tão-só sobre destralhar – MENTIRA:
Minimalismo não é só destralhar.
Muito menos significa deitar tudo fora.
O destralhe é sim uma das primeiras etapas do minimalismo.
Mas não devemos confundir MINIMALISMO com DESTRALHAR.
Destralhar permite-nos (ou pelo menos é essa a sua verdadeira função, na minha humilde opinião) ter uma real tomada de consciência sobre os excessos que fomos acumulando ao longo da vida e decidir, a partir daí, mudar os nossos hábitos de consumo para evitar voltar ao mesmo estado passado algum tempo.
Por isso, minimalismo não é destralhar.
Destralhar faz parte sim, é um passo dentro do minimalismo, mas passada essa etapa, minimalismo é sobretudo termos consciência daquilo que realmente precisamos e não termos necessidade de trazer algo para casa que não nos acrescenta e que, pouco tempo depois, vai acabar por virar tralha porque foi comprado por impulso e de forma irrefletida.
Concluindo:
Concluindo, o minimalismo é um estilo de vida, uma filosofia de vida, uma forma de simplificar a vida, as rotinas, a casa, um caminho rumo ao auto-conhecimento e uma forma de nos questionarmos sobre o que faz sentido manter e o que faz sentido deixar ir, de forma a nos reconectarmos com a nossa AUTENTICIDADE.
E porque cada pessoa é diferente e única, NÃO EXISTEM REGRAS.
O minimalismo é pessoal, único, próprio a cada um. E é isso que o torna TRANSFORMADOR.
Mas e agora: diz-me qual é aquela ideia preconcebida que ainda tens sobre o minimalismo?
Será que é assim tão linear como o pintam?
Duvido.
Permite-te experimentar e logo verás.